Cotidiano

Habitações do “Minha Casa, Minha Vida” são vendidas em redes sociais

Se for comprovado o uso irregular da moradia para terceiros, o órgão protocola a notícia-crime na Polícia Federal

Habitações do “Minha Casa, Minha Vida” são vendidas em redes sociais Habitações do “Minha Casa, Minha Vida” são vendidas em redes sociais Habitações do “Minha Casa, Minha Vida” são vendidas em redes sociais Habitações do “Minha Casa, Minha Vida” são vendidas em redes sociais

A Folha tem recebido inúmeras denúncias de que moradores contemplados pelo programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” estão vendendo as unidades. Segundo os denunciantes, a divulgação, que chega a ser feita inclusive em classificados de redes sociais, informa que as unidades habitacionais podem ser adquiridas de R$ 15 a 25 mil, dependendo da localização.

Em uma postagem em uma rede social, um proprietário anuncia a venda de um apartamento no Residencial Vila Jardim, bairro Cidade Satélite, zona Oeste de Boa Vista, por R$ 25 mil. A justificativa dada pelo dono para a venda é “motivo de saúde”.

O programa, que já está na sua terceira fase, oferece subsídio para financiamento da casa própria às famílias que possuem renda até R$ 1.600,00 e que necessitam de moradia. Para aquisição, são considerados a renda familiar, a localização e o valor do imóvel. No entanto, a comercialização da propriedade, sendo aluguel ou venda, é nula e não tem valor legal, conforme informações da Caixa Econômica Federal.

De acordo com a Caixa, quem pratica o ato fica obrigado a restituir os subsídios recebidos e perde o direito de participar de qualquer programa social com recursos federais. As pessoas que realizam a compra de forma irregular estão sujeitas a perderem a propriedade de imediato. A Caixa informou à Folha que as condições são informadas aos beneficiários durante a assinatura do contrato e que não reconhece contrato de gaveta.

Por meio de denúncias do descumprimento da regra, a Caixa se responsabiliza pela notificação dos moradores para que possam comprovar a ocupação regular do imóvel. Se for comprovado o uso irregular da moradia para terceiros, o órgão protocola a notícia-crime na Polícia Federal e adota as medidas judiciais que sejam cabíveis no sentido de buscar a rescisão do contrato e a reintegração de posse da unidade.

OLHO NA QUALIDADE – Conforme relato da Caixa, o programa “Caixa de Olho na Qualidade” tem como objetivo atender os beneficiários do “Minha Casa, Minha Vida”. No programa, a opção de denúncia de uso irregular, invasão, venda ou ociosidade é acessível e aberta à população. O telefone para contato é o 0800 721 6268. A ligação é gratuita.

MCMV – O programa “Minha Casa, Minha Vida” foi lançado em 2009, pelo Governo Federal, visando facilitar o acesso à casa própria para famílias de baixa renda. Atualmente, mais de 2 milhões de famílias foram contempladas e mais de 10 milhões de brasileiros beneficiados. Além do imóvel, o programa também gera emprego e renda ao setor da construção civil. O programa é destinado a quatro tipos de faixas, além de ao atender o setor rural. No caso dos agricultores familiares e trabalhadores rurais, a renda anual da família deve ser até R$ 78 mil por ano.

A faixa 1 é destinada às famílias com renda familiar de até R$ 1.800,00; recebem até 90% de subsídio do valor do imóvel, pago em até 120 prestações mensais de no máximo R$ 270,00. A faixa 1,5 é para famílias com renda familiar de até R$ 2.350,00; recebem até R$ 45 mil de subsídio com 5% de juros ao ano.

A faixa 2 é destinada às famílias com renda familiar de até R$ 3.600,00; recebem até R$ 27.500,00 de subsídio com 5,5% a 7% de juros ao ano, enquanto a faixa 3 é para famílias com renda familiar de até R$ 6.500,00, com taxa de 8,16% ao ano.

Além de enquadrar-se nas respectivas rendas, o futuro beneficiário não pode ser dono ou ter qualquer financiamento de imóvel residencial, ter recebido benefício de outro programa habitacional do Governo Federal, ter débito junto ao Governo e estar cadastrado no Sistema Integrado de Administração de Carteiras Imobiliárias (SIACI) e/ou Cadastro Nacional de Mutuários (CADMUT). (A.G.G)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.